“Dê-me um cigarro / Diz a gramática / Do professor e do aluno / E do mulato sabido / Mas o bom negro e o bom branco / Da Nação Brasileira / Dizem todos os dias / Deixa disso camarada Me dá um cigarro.” Sabiamente escreveu o artista das palavras, Oswald de Andrade.
Anos luz separam a língua viva, falada pelo povo nos churrascos, nos bares, nas feiras, seja por quem for: padre, juiz ou pedreiro , da norma culta aprendida (será?) pelos alunos nas escolas do país.
Desconheço indivíduo que esquie nas geladas normas da graMÁtica (máscara burguesa) e não dê as suas várias escorregadas. É um gerundismo aqui, uma redundância ali ou uma discordância numérica acolá e, apesar disso, todos compreendem o filho duma mãe, ou seja, a comunicação se estabelece de maneira satisfatória, o que não raramente deixa de ocorrer quando se faz uso da norma culta.
Nada do que eu escrevi é novidade para a grande maioria, creio eu. A surpresa fica por conta de um livro que basicamente demonstra de maneira melhor elaborada o vazio que há entre o culto e o popular, ter grandes setores da imprensa , em geral do PIG, distorcendo o real sentido dos ensinamentos da obra “Por uma Vida Melhor”, da Coleção Viver, voltada para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Meu espanto só não é maior porque estou no país onde o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, engorda seus bens em 20 vezes em apenas 4 anos e isso é visto como algo normal. É a Wonderland das falcatruas. E é por isso que parafraseio Fernando Anitelli, “acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz!”
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